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DEGRADAÇÃO AMBIENTAL PARA A EXPLORAÇÃO DA AGROPECUÁRIA NO BRASIL E SEUS EFEITOS

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL PARA A EXPLORAÇÃO DA AGROPECUÁRIA NO BRASIL E SEUS EFEITOS


Alfredo Lorran
Gilmara Rodrigues
Henrique Sena
Jéssica Souza
Lavínia Fernandes
Sabrina Oliveira
Thais Meireles
Vitória Souza

RESUMO
No Brasil, a degradação ambiental é um processo muito comum, cuja principal prática de intensificação desse problema é a agropecuária. Que entende-se como um conjunto de atividades ligadas à agricultura e à pecuária. Mostra-se de grande importância para a humanidade e para a economia, pois sua produção é destinada ao consumo humano e para a venda dos produtos obtidos. Ainda assim, vários problemas ambientais decorrem em virtude da expansão da agropecuária e do emprego de métodos para o cultivo e criação de animais. Apontadas como umas das principais causas da degradação, a intervenção humana, o crescimento populacional e a utilização em excesso de máquinas vêm gerando modificações no cenário do campo originado pelas práticas inadequadas da agropecuária. Através de processos de modernização e de maior informação dos produtores, ocorreu uma modificação desse ambiente. Dentre as técnicas e práticas provenientes da agropecuária que geram impactos no meio ambiente estão o cultivo intensivo do solo, o uso de fertilizantes, a irrigação, o uso de agrotóxicos.

ABSTRACT
In Brazil, environmental degradation is a verycommon process, whose main practice of intensifying this problem is agriculture. It is understood as a set of activities linked to agriculture and livestock. It is of great importance to mankind and to the economy since it is production is intended for human consumption and for the sale of the products obtained. Nevertheless, several environmental problems arise due to the expansion of agriculture and the use of methods for growing and raising animals. Pointed as one of the main causes of degradation, human intervention, population growth and the excessive use of machines have been generating changes in the field scenario caused by inadequate agricultural practices. Through modernization processes and greater information of the producers, a change of this environment occurred. Among the techniques and practices from agriculture that generate impacts on the environment are the intensive cultivation of the soil, the use of fertilizers, irrigation, the use of agrochemicals.

Palavras-chave: Degradação ambienta. Exploração. Agroecologia. Meio ambiente.

1.0. Introdução

Desde de o estabelecimento do homem enquanto ser social, o meio ambiente sofre com mudanças que decorrem e acompanham o desenvolvimento da sociedade. Essas mudanças advêm no uso de novos meios, novas tecnologias e novas técnicas alusivas à produção econômica e a mecanismos para a melhorias do bem-estar social. Contudo, determinadas mudanças vêm provocando problemas para a sociedade, como é o caso da degradação ambiental, uma questão que tem grande destaque dentro do debate sociopolítico atual. Esse fenômeno pode ser entendido como uma destruição, deterioração ou desgaste do meio ambiente (LEMOS, 2001). Um dos grandes responsáveis pela degradação ambiental é o uso intensivo do solo, provocando, segundo Gliessman (2005), a degradação da matéria orgânica e compactando-o por meio de maquinário pesado. Outro responsável pela degradação, o uso de agrotóxicos, tem também impactos para a saúde humana. Além de poluir o ambiente, esse implemento agrícola pode causar sérios efeitos na saúde do ser humano que tiver contato com esse tipo de produto (RIGOTTO et al., 2012).

2.0. Causadores da degradação do solo
        2.1. Expansão agrícola

Quanto maior a fertilidade, maior a capacidade produtiva da área. A ocupação de áreas com menor fertilidade impacta diretamente no sistema produtivo, sendo necessária a expansão do investimento. A expansão das áreas como resultado dos níveis de fertilidade é resultado da indisponibilidade ou impossibilidade Da ampliação de métodos de produção que permitam o aumento da produtividade (MALTHUS, 1798; RICARDO, 1891; BOSERUP, 2008).
A expansão agrícola é um processo decorrente do crescimento populacional, e é também um dos fatores que propiciam a degradação do solo, já que para aumentar a produtividade é necessário desmatar para expandir a produção, logo, quanto maior o crescimento populacional, maior o processo de desmatamento.
Devido ao crescimento populacional, a demanda pela produção de alimentos e biocombustíveis para suprir o consumo da população aumenta. Obrigando os produtores a usar adubos químicos e a intensificar o uso das máquinas agrícolas, gerando também um processo de desmatamento, decorrente da retirada da cobertura vegetal ocasionando a redução da biodiversidade e dos nutrientes do solo, contribuindo para o processo de desertificação e erosão, além de cooperar para o aquecimento global.
No Brasil, tal processo iniciou-se na região Sul do país e expandiu-se até a região do Cerrado. Onde a grande procura de terras gera o aumento no preço dos espaços agrícolas acarretando o interesse dos agricultores.

        2.2. Utilização de alguns recursos nas atividades agrícolas
                2.2.1. Modernização dos equipamentos agrícolas

O desenvolvimento da mecanização agrícola surge da necessidade da ampliação da capacidade de trabalho no campo, onde o seu uso aumenta a produtividade e diminui o tempo necessário para a produção.  Atualmente, a agricultura é majoritariamente por máquinas que preparam o solo, semeiam, plantam e colhem, mas ao mesmo tempo elas acabam prejudicando e degradando o meio.
No decorrer do tempo, o uso de máquinas e implementos disseminou-se por todo o país, porém apresentando progressos que variavam de acordo às lavouras e regiões. À medida que com a modernização dos equipamentos no campo, milhares de pessoas mudaram-se para as cidades, em busca de novos empregos já que a mão-de-obra no campo havia sido substituída pelas máquinas.
Maquinários como tratores, grandes plantadeiras, cultivadores, pulverizadores de barra e vários outros são meios essenciais para a modernização do processo agrícola.

                 2.2.2. Excesso de utilização de máquinas no campo

O processo de utilização de máquinas no campo, visa aumentar a produção de alimentos. Porém os excessos desses equipamentos causam prejuízo ao solo. Como por exemplo, o fortalecimento do processo de erosão, que se dá em grande parte através do desmatamento, onde a retirada da cobertura vegetal da área faz com que a água da chuva que seria absorvida nas raízes das plantas, seja infiltrada pelo solo.
Com o uso excessivo das máquinas nas agriculturas, os pequenos agricultores se sentem ameaçados com a perda de espaço pela mecanização, além disso, o próprio solo sofre consequências erosivas com a ‘’exploração’’ intensiva do próprio, porém, o lado bom da utilização das máquinas é a rapidez de produção e o melhor custo benefício, contribuindo para o aumento capital no país através das exportações.
Há vários efeitos da mecanização no campo, como por exemplo mudanças nas relações de trabalho, o êxodo rural e o aumento da produtividade. Porém o uso excessivo gera uma parcela de finos no solo, provocando o encaminhamento dessas partículas para camadas mais profundas, dando origem a compactação, a estrutura é fragilizada e ocorre uma a diminuição da porosidade natural.

3.0. Efeitos da degradação ambiental
        3.1. Compactação do solo

Existem diversos fatores para compactação do solo, como por exemplo, o uso excessivo de máquinas pesadas e o pastoreio, ou seja, as pisadas dos animais, que por apresentarem um peso maior em relação ao homem, favorecem a compactação do local. Proibindo assim a infiltração da água no solo, que através desse fator gera a inundação do local ou até mesmo o assoreamento das nascentes.
Decorrente da manipulação intensiva do solo, reduzindo o seu volume, a compactação do solo é influenciada pelas máquinas agrícolas, como os tratores e as colheitas. Tal processo causa também problemas na produção agrícola, fazendo a produção ter um mau desenvolvimento.
A compactação do solo refere-se também a utilização de máquinas agrícolas. Estes equipamentos medem a resistência do solo, assim obtendo uma redução do volume do solo com a expulsão do ar é influenciando negativamente o crescimento de raízes, que por sua vez atrapalha o crescimento da planta, diminuindo a movimentação da água no solo nas camadas superficiais.
O processo de compactação resume-se à criação de uma certa resistência no solo, feita através de uma aplicação de pressão ao mesmo. Esse método torna-o maciço e mais homogêneo. Onde espera-se uma redução de variação de umidade, compressibilidade e permeabilidade e um aumento da resistência deste solo.

        3.2. Morte das nascentes dos rios

Este processo costuma ocorrer principalmente pelas práticas agrícolas, como por exemplo a excessiva deposição de agrotóxicos, e também por agroindústrias, que não direciona corretamente os seus rejeitos industriais, depositando-os na água.
Quanto aos agrotóxicos, eles são usados na agricultura e direcionados aos leitos dos rios através da água das chuvas, provocando a formação de espumas na água e a morte dos animais que lá habitam. Atingindo não só o local de contaminação, mas toda a jusante do curso d'água.
Um dos fatores relacionados à compactação das nascentes dos rios são o uso de agrotóxicos e fertilizantes pois eles chegam até as nascentes pela água da chuva sendo que uma parte entra no solo atingindo o lençol freático contaminando o aquífero além de serem levados para os mananciais a criação de animais próximo às nascentes também é um fator responsável pela compactação.
O assoreamento, além de prejudicar o escoamento das águas e a vazão dos rios, também está relacionado com a degradação da vegetação da mata ciliar, que é uma das principais causadoras da erosão. Devido à falta dessa vegetação, os impactos da água dos rios e das chuvas sobre os solos é maior, gerando as erosões e o consequente transporte e acúmulo de sedimentos. Além disso, as árvores ajudam a “frear” o escoamento dos sedimentos advindos de outras áreas, fazendo com que o processo de assoreamento seja mais lento e gradativo e cause menos danos aos rios.

4.0. Possíveis soluções
        4.1. Agroecologia

No processo de degradação decorrente no cenário brasileiro, uma alternativa que surge é a agroecologia. Essa abordagem consiste em técnicas de agricultura praticadas de maneira sustentável e, assim, propõe-se a ser uma alternativa de reversão dentro dos problemas sócio produtivos no ambiente agrícola. A agroecologia procura valorizar o saber produtivo do agricultor e a preservação do ambiente, constituindo-se, portanto, em um instrumento de combate à pobreza e à degradação (SOUZA, 2011).
Vistas como práticas de resistência da agricultura familiar, diante dos regimes excludentes no meio rural e de homogeneização das paisagens de cultivo. Tais práticas baseiam-se nas pequenas propriedades, no trabalho familiar, em complexos sistemas produtivos diversificados, pertinentes às condições locais e ligados a redes regionais de produção e distribuição de alimentos.
Sobretudo, a proposta agroecológica para os sistemas agropecuários, apresenta um alto nível de divergências ao agronegócio, devido ao fato de condenar a centralização da produção em uma monocultura, na dependência de insumos químicos e na alta mecanização, além do consumo não local da produção, da concentração da propriedade de terras produtivas e a exploração do trabalhador rural.
A fim de evitar a degradação e a pobreza dentro do ambiente agropecuário, a agroecologia, segundo Left (2002), é uma técnica alternativa que busca uma produção agrícola realizada de forma ecológica e socialmente sustentável. O mesmo autor afirma que essa alternativa vem propor substituições nas práticas predadoras, oriundas da lógica capitalista, que provocam degradação no meio ambiente, podendo vir a deixá-los inférteis.

        4.2. Reeducação ambiental
Com a possibilidade de ocorrer em qualquer ambiente, seja ele escolar, empresarial, órgãos públicos, ou até mesmo ambientes universitários, e ser veiculada em todos os níveis educacionais, sociais e culturais, a reeducação ambiental tem seu foco voltado às crianças e jovens em idade escolar, que com o apoio dos professores podem desenvolver projetos ambientais voltados à preservação e à conscientização do uso sustentável dos recursos naturais.
É possível que a reeducação seja iniciada também no ambiente doméstico, seja através da adoção de práticas conscientes como a redução, reutilização e a reciclagem de água, energia elétrica e outros materiais provenientes do meio ambiente, mas que usamos diariamente.
Além da preservação ambiental, o processo de reeducação considera também os indivíduos e comunidades afetados pelas atividades industriais e que estão passivos aos danos dos agentes poluidores, de forma a gerar uma certa preocupação em reduzir a vulnerabilidade desses indivíduos.
5.0. Conclusão
O processo de degradação ambiental, proveniente da má administração humana perante os recursos naturais existentes no meio ambiente tende a crescer devido ao uso desenfreado dos mesmos. Com os avanços na área da tecnologia, os agricultores passaram também a investir na mecanização da produção, elevando a capacidade produtiva e diminuindo a gama de empregos destinados a mão-de-obra braçal, já que as máquinas substituem o homem nas lavouras. Os excessos no uso de máquinas no campo também favorecem ao processo de degradação do meio ambiente. Já que o peso das maquinas provoca a compactação do solo e quando perto dos rios gera o assoreamento e também causa possíveis erosões. Como solução para tal problema, estão a reeducação ambiental e a agroecologia, que por sua vez se torna inviável, pois com a demanda do crescimento populacional e a baixo quantitativo de produção, não há produção suficiente para suprir as necessidades populacionais. Com a reeducação ambiental, podemos ensinar às crianças desde pequenas o quão importante é a conscientização e preservação ambiental, além de possibilitar o desenvolvimento de projetos que propalem a ideia de preservar e conservar o meio ambiente em busca de um mundo melhor. Assim sendo, a preservação ambiental depende majoritariamente de uma ampla conscientização ambiental que beneficie a conservação do meio ambiente como um todo, assegurando a harmonia da natureza por meio da manutenção do meio ambiente.
Referências

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/degradacao-dos-cursos-dagua.htm

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